sábado, 28 de maio de 2011

coisas da vida




Reação espontânea

Conheceram-se no laboratório. Ela, base forte; ele, ácido fraco.
Aplicaram entropia, ebulição, fusão.
Quando a re(l)ação saturou, separaram.
Faltou química.

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Pré-datado

Em prestações: o financiamento do carro, a escola do filho, a mensalidade da academia, a roupa nova.
Só o amor ali, a lhe exigir pagamento à vista.
E em espécie.

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Franco atirador

Era exímio no seu mister. Com tiros em salvas, mirava várias a um só tempo.
Certeiro, atingia o coração das vítimas.
Até o dia em que errou o alvo.
Ninguém foi ao enterro.
Isso é que dá abater quem choraria a nossa morte.

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6 comentários:

na vinha do verso disse...

há coisas da vida que nos cegam à vista e sem barganha... e a gente consente - convenientemente?

abs, Maria Paula

Cynthia Osório disse...

gostei de todos, mas o Franco Atirador foi certeiro!!

tenenteares disse...

Fique ferido de flecha, quase de morte, com esse poemaemconto. Meu Deus!!!!! Marina Colassanti perdeu, de longe, mas muito de longe!!!!

Beijo na alma,

Márcio Ares.

tenenteares disse...

Fique ferido de flecha, quase de morte, com esse poemaemconto. Meu Deus!!!!! Marina Colassanti perdeu, de longe, mas muito de longe!!!!

Beijo na alma,

Márcio Ares.

tenenteares disse...

Já consegui, não soube mais, agora consegui de novo, postar um comentário. Sou doido não, né!?? Vai saber!!!!! O fato é que fiquei feliz, mesmo flechado de abrir o coração. Eh eh eh

Márcio Ares

Anônimo disse...

Olá!! Adorei os mini contos!!! fatásticos! Parabéns!!! Lindos, excelentes...

Marcelo