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quando nasci, um anjo espevitado,
de olhar franco, me disse, bonachão:
coragem, faça o que foi ditado
se precisar, eu seguro sua mão
para provar que era de confiança,
fez meu pai me acolher com festança,
ele que aguardava primogênito varão
de Paulo Filho, virei Paula
grata à divina intervenção,
minha mãe antepôs Maria,
como outras tantas Marias
(tempos de muita gratidão)
vida, vida, benfazeja vida,
se eu fosse Aparecida,
seria uma rima, talvez solução,
pra poesia fazer invasão
verdade, verdade, somente a verdade
talvez Deus me desse cartão e senha
do caixa eletrônico da felicidade,
fosse meu verdadeiro nome Penha
pura cena, oh, que pena
o que eu queria apenas
mirando-me no exemplo
das mulheres de Atenas
era ser chamada Helena.
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