domingo, 24 de julho de 2011

sem antes nem depois




pra te amar
esqueço o passado
apago as amarras
 da eternidade

vou até o mundo
 voltar ao princípio
e deságuo enfim
no mar dos seus olhos

sem antes nem depois
só o amor
me rouba do tempo
.
passado e futuro
o amor é a fechadura
que guarda os dois lados
do infinito

.

2 comentários:

Rômulo disse...

Após esquecer, lembrar, perder-se,
por entre a eternidade e os olhos da possível espera ... você chegará à conclusão que não saiu do lugar. A fechadura que guarda é a mesma que liberta no caminho de ida e volta do pulsar do coração.
Assim é a vida, Maria Paula. Círculos cujo começo é a solidão e o findar, o reencontro com ela mesma : a solidão.
Parabéns.
Rômulo

Maria Paula Alvim disse...

Parabéns a você, Rômulo. Interessante, profundo e muito bem expressado o seu ponto de vista. Concordo com ele : é a mesma idéia básica deste poema, o eterno recomeço e a não menos definitiva solidão.

( lembrei do Milan Kundera em "A eterna leveza do ser" : o mesmo tema numa abordagem talvez intermediária entre a sua e a minha.