Minas Gerais é plural, feminina
tem mulher furacão e desdobrável
tem vaca atolada, tem gente afável
Maria da Fé, Moema, Diamantina
Minas tem cara de bruxa aquilina
seu feitiço é fé, arte, tradição
mulher daqui não caça confusão
nem hasteia em qualquer pico bandeira
é chica, bárbara, beja a mineira
colosso pra ela é o mineirão
ser feia é desvio de rota em Minas
ai daquele que for besta e negar
e não é que Minas não tenha mar
o mar é que não dá conta das 'minas
pacatas, guerreiras, doces, salinas
mineira chora em chegada e partida
provocada, fica fula da vida
barroca, ela borda seu rococó:
não diz não pra não magoar, ô dó
não diz sim pra não ser oferecida
mineira exala doída saudade
na bateia ferve a verve em franqueza
boa de escuta, cama, banho e mesa
coração d'ouro, de ferro a vontade
discreta, só fala pelas metade
guarda dinheiro, segredo e plural
conjura sua ironia ancestral
na cama é devassa, mil pecadilhos
tem recatos, é mãe mesmo sem filhos
seus vales e montes, estrada real
com molejo farto atrai gulodice
no corpo, sustança; no olhar, merenda
beijo açucarado só de encomenda
pra mineirar, há que ter peraltice
em fogo brando coze a mineirice
suas receitas são rara poesia
ela espia : não desconfia nem fia
come olho de sogra, amor em pedaços
mineira carrega o mundo nos braços
tem fé na vida, que estranha mania
torce pro Cruzeiro, é fã do Atlético
é furna de graça, meiguice e humor
no barco do lar é vela e motor
sua dolência tem jeito poético
lógica em cascata, falar sintético
gema preciosa, ela sangra minério
mineira tem riso, siso e critério
pede com o olho, esconde a recusa
de truques brejeiros ela usa e abusa
não baixa a guarda, envolta em mistério
já revelo o que é que a mineira tem
tecer, altiva, sem pressa é um dom
em vez de "tudo bem?", diz "'cê tá bom?"
pro mineiro, liberdade é que é Bem
quae serae, uai, pra mineira tamen
ela transpira pecado e virtude
conhece a fonte eterna, a juventude
pra ela quem faz coisa errada apronta
muito é um tanto, sô, dimais da conta
enfim, ser mineira é questão de a(l)titude
tem mulher furacão e desdobrável
tem vaca atolada, tem gente afável
Maria da Fé, Moema, Diamantina
Minas tem cara de bruxa aquilina
seu feitiço é fé, arte, tradição
mulher daqui não caça confusão
nem hasteia em qualquer pico bandeira
é chica, bárbara, beja a mineira
colosso pra ela é o mineirão
ser feia é desvio de rota em Minas
ai daquele que for besta e negar
e não é que Minas não tenha mar
o mar é que não dá conta das 'minas
pacatas, guerreiras, doces, salinas
mineira chora em chegada e partida
provocada, fica fula da vida
barroca, ela borda seu rococó:
não diz não pra não magoar, ô dó
não diz sim pra não ser oferecida
mineira exala doída saudade
na bateia ferve a verve em franqueza
boa de escuta, cama, banho e mesa
coração d'ouro, de ferro a vontade
discreta, só fala pelas metade
guarda dinheiro, segredo e plural
conjura sua ironia ancestral
na cama é devassa, mil pecadilhos
tem recatos, é mãe mesmo sem filhos
seus vales e montes, estrada real
com molejo farto atrai gulodice
no corpo, sustança; no olhar, merenda
beijo açucarado só de encomenda
pra mineirar, há que ter peraltice
em fogo brando coze a mineirice
suas receitas são rara poesia
ela espia : não desconfia nem fia
come olho de sogra, amor em pedaços
mineira carrega o mundo nos braços
tem fé na vida, que estranha mania
torce pro Cruzeiro, é fã do Atlético
é furna de graça, meiguice e humor
no barco do lar é vela e motor
sua dolência tem jeito poético
lógica em cascata, falar sintético
gema preciosa, ela sangra minério
mineira tem riso, siso e critério
pede com o olho, esconde a recusa
de truques brejeiros ela usa e abusa
não baixa a guarda, envolta em mistério
já revelo o que é que a mineira tem
tecer, altiva, sem pressa é um dom
em vez de "tudo bem?", diz "'cê tá bom?"
pro mineiro, liberdade é que é Bem
quae serae, uai, pra mineira tamen
ela transpira pecado e virtude
conhece a fonte eterna, a juventude
pra ela quem faz coisa errada apronta
muito é um tanto, sô, dimais da conta
enfim, ser mineira é questão de a(l)titude
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intertexto com o cordel de Tadeu Martins "Ser Mineiro"
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3 comentários:
Já passei por lá e apreciei seu talento!
Beijo!
Vou lá!
Mas adorei o trocadilho, ou seria troca-dilma.
Beijos
Mirze
oi maria paula, voce fez falta no nosso encontro de hoje. Como voce sabe fazer da palavra um brinquedo! parabens, suzana
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