sexta-feira, 18 de março de 2011

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho home




O primeiro era um galinha. Como ela dormia cedo, com as galinhas, ele aproveitava para ciscar fora do ninho - sabe como é, a galinha do vizinho é sempre mais gorda e de grão em grão a galinha enche o papo. Um dia o caldo entornou. Voou pena pra todo lado.

Quem não tem cão, caça com gato. Assim era o segundo, lindo e infiel. Dizem que à noite os gatos são parvos - deve ser por isso que ele nunca soube o pulo do gato.  Mas soube fazer dela gato e sapato. Gata escaldada, cansada de comer gato por lebre, um dia ela atirou o pau no gato. Santa dispensada, Mulher Gato.

Ela já estava matando cachorro a grito, num mato sem cachorro, quando finalmente encontrou o terceiro. Devotado, companheiro, previsível e estável como os cães, com uma carinha fofa e desolada de cachorro sem dono.  Ela domou o próprio gênio de cão para aproveitar melhor as delícias do cachorro quente. Felizes, foram morar na praia, isolados da civilização.

Viver neste mundo cão é, definitivamente, briga pra cachorro grande.

The end
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3 comentários:

Cynthia Osório disse...

Você é 'podre' de criativa!! Não me canso!

Anônimo disse...

cachorro sem dono... lindo.

Júlia Zuza disse...

Bom, muito bom!!