Literal-mente

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

memento

o tempo inclemente

o corpo demente

nada mente

sustentam-no amante

lembranças

momentos

ninguém restará

pra semente

Postado por Maria Paula Alvim às 06:35

Marcadores: poemetos

3 comentários:

... disse...: seu blog é lindo, Maria Paula!... sua escrita é leve, tocante... obrigada, por compatilhar sua alma... beijo; 15 de setembro de 2011 às 01:08
Anônimo disse...: Bela melodia ...
Muito bom ... obrigado ...; 20 de setembro de 2011 às 06:19
Anônimo disse...: Bela melodia ...
Muito bom ... obrigado ...; 20 de setembro de 2011 às 06:19

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escrever é catarse,
disfarce,
para que a alma
não se esgarce

Alice Ruiz

Maria Paula Alvim: O sol estava em câncer, ascendente em libra, quando nasci, virada pra lua. Já quis ser bailarina, astronauta e namorada do Chico Buarque - acabei médica. Brincar com as palavras é a minha catarse; ajudar as pessoas a se sentirem mais felizes consigo próprias, o meu ofício. mpaulaalvim@gmail.com

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" porque a força de dentro é maior.

maior que todos os ventos contrários"

Caio Fernando de Abreu

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Maria Paula Alvim

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língua de trapo

o ponto fraco:
falta-me pinto
mas tenho peito
e não me oprimo
.
tive partos,
gesto pactos
pago e reparto o pato
lavo pratos,
não importo
ma non troppo
.
levo pito,
represo o pranto
despisto
sempre pronta,
disposta
toda prosa
.
o ponto forte
eu já te conto
está na ponta
- da língua
.

armadilha

todo verso que rabisco
arisco me enrosca
tira lasca
.
cada estrofe que arrisco
é isca, me fisga
me enrasca, me rasga
.
o poema me traça,
faz troça,
renega, abre nesgas
.
e ate_nua minhas ru(s)gas
.

suicida

é fogo a paixão
se joga do vazio
pro fio
de alta te(n)são

De olho no lance

azar no amor
muitas vezes é sorte
amor de favor
é que é de morte

advento

Eu vinha
Ele, vinho
Nós...
adivinha

uaireless

mineiro bom de serviço
conta prosa, cria causo
(con)versa um tanto de coisa
- carece mais do que isso?!

bola oito

eis meu jogo favorito:
rolar macia ao seu lado,
e ser lançada ao infinito
tal qual um oito deitado

olho de peixe

vez por outra te enxoto
depois arrependo,
imploro, choro
.
fazer o quê
se quando te miro
me (m)olho?

by Cacaso

tô ficando atoladinha

Dúvida cr(u)eu

Cristo, Gandhi, Galileu
odiariam funk
tanto quanto eu?

the end

amor quando acaba
pra uns se transforma em renda
pra outros, saudade braba
pra poucos é paz tremenda

não bate que eu gamo

Súbito a saudade bateu.
Apanhei feio.
Surra de Cipó

TSUNAMI

(mar_e_moto)

quando Deus decide
tirar uma onda
é sinal que o mar
não está pra peixe

the way things are

talvez por falta de peito
ou por puro preconceito
ele optou por am(arr)á-la
no pretérito imperfeito
.
amor kamicaze :
atração fatal
ou quase
.
tô lascada
cansada da frase polida
da rima emp(r)oada
da vida fu(n)dida

definições traiçoeiras

a distraída atrai quem a trai
a traíra subtrai quem distrai
a retraída não atrai
não distrai, não trai
muito menos descontrai
( e não está nem aí )
.

sufoco

se acaso um dia
o ar me faltar
aviso desde já
é o ocaso

by Cacaso

sin

desejar não é feio
pecado é furtar
o coração alheio
e não poder carregar

duvide do olvido
divida por dois o ouvido
todo mundo tem,
meu bem,
telhado de vidro

vaca profana

eis o mistério da fé:
apreciar com classe
como se doce fosse
uma insossa alface

tardio

há dias adio
para mais adiante
o instante de admitir
nada mais adianta
entonces
adiós

filosofia rural

vaca que diz
que só vai pro brejo
quando tem boi na linha
é vaquinha de presépio
ou conta história pra boi dormir

no entremeio
falta falo
entredentes
jacta fala

" Dentro de cada persona mayor hay una persona más joven preguntandose qué carajo pasó"

Cora Harvey Armstrong

melhor que aspirina

te beijo toda, te deito no chão
e arranho nas suas costas
rimas de amor descompostas

sussuro um palavrão
pra te deixar saradona:
diimetilaminofenildimetilpirazolona

blog do Carlos Ruas

à beira de um ataque de nervos

de lua

vez por mês sangra,
singra à míngua,
solta a franga.
.

tonta

a folhinha aponta
um mês sem você
mas não conta o que falta
pra eu te esquecer.

que medo ...

quer virar a mesa,
fazer e acontecer, devassa
covarde, faz-se presa
e a vontade passa.

simples assim

tanto retraí,
que um dia distraí:atraí.
aí, traí.

( Maria Paula Alvim)

pé de moleque

uma dúvida me inunda:
foi por espasmo podálico
aquele pé na bunda?

salada de abobrinhas

CONSELHO
pra evitar acidente
oriente-se
no Ocidente
.
HAI-OCASO
fim de tarde
o sol parte
sem alarde
.
PRIMAVERA
lindo caso de amor:
o beija-flor a espera
pelo tempo que f(l)or
.
TIRO DE LETRA
no dia d
na hora agá
bum... vou cair e rolar

pau a pau

só entra em bola dividida
quem ama_dor multiplicada
pois o placar final, querida
é sempre noves fora, nada
( um nada pra cada lado )

bem ali no horizonte
fica o aeroporto
não sei se parto
ou so_corro

súbito bate a dúvida
paixão é dádiva
paga devida
vocação atávica
ou dívida de (outra) vida?

angelical

enquanto duvido
se anjo existe
meu anjo de guarda
aguarda
arcanjo, querubim
ou apenas
um ser_a_fim
pra mim

atacada

quando as palavras
se atracam comigo
saio por aí
desatada
destrancando
versos
por atacado

(Maria Paula Alvim)

não bate que eu gamo

um dia tiro a capa
removo esse verniz
vou dar a cara a tapa
a la leila diniz

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

maracatu cotidiano

"minha alma não é de aço
tampouco cultivo ferida
com o que passo, faço um paço
e do que passa, fica a vida"
( Aléxia Alvim)

.

paulo leminski

last but not least

erra uma vez

um dia já fui cinderela
branca de neve, em besta espera
hoje, há vez em que viro bela
vez por outra, acuada fera

dizem por aí...

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Apesar de você.

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"consequência tinha trema
quando ele se foi,
sequioso
tremi
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na sequência
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regurgito no papel, encarte
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escrever dispensa licença
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"sucede que cedo ou tarde
dá-se o mesmo desenredo
intercedo, sem alarde
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os 4 estágios da vida

metades iguais

troco certeza absoluta
por abertura inaugural
a meu critério pessoal

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alma de passarinho

viver é suave
grave é voar
feito ave

*
como andorinha,
corrupio, arrepio
e vivo por um fio

*
não choro por pena
é esse sol a pino
se pondo
nos meus olhos, a_penas

*
no ar, como urubu inquieto
rodo em círculos,
à espera de teto
pra pousar
só não sei voar

*
não gosto de famintos gatos
a gente cai como p(r)atos
no fim é pena pra todo lado
( prefiro os bem apanhados)

*

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