sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Aprendi com o tempo

The persistance of memory - Salvador Dali



tardes quentes de verão
percebo que tenho sombra
chovo forte, à exaustão
enfrento o escuro que assombra

nas noites frias do outono
conheço a lição do Nada
o que não posso, abandono
renúncia faz-se calada

em madrugadas de inverno
volto pra dentro de mim
acolho-me, ser eterno
regresso pra de onde vim

das manhãs de primavera,
aprendo a confiar silente
degusto o sabor da espera
tempo é produto da mente

observo, por onde vou
peças de um elo perdido
cumpre-se aquilo que sou
nada mais me é pedido


.

5 comentários:

João A. Quadrado disse...

[um quase canto da terra, de onde a melodia se ergue do chão em palavra de forma]

um imenso abraço,

Leonardo B.

Unknown disse...

a cada estação, o pouso, a parada, a sensação



beijo

Unknown disse...

É Maria Paula!

Todas as estações vivem em você de forma maravilhosa!


Beijos

Mirze

Cynthia Osório disse...

o tempo traz as respostas! Muy bueno!

Anônimo disse...

Poema sábio e atemporal. Muito bom de ler!

Beijo, moça!